Cafeína como recurso ergogênico
- Valery Schiff
- 26 de jun.
- 3 min de leitura

A cafeína é um dos recursos ergogênicos mais estudados e utilizados no mundo esportivo. Mas usar só porque “dá energia” pode não fazer diferença nenhuma na sua performance — ou até atrapalhar.
Se você treina, compete, ou quer só mais disposição e foco no dia a dia, vale a pena entender como ela realmente funciona. Vamos de ciência aplicada com tradução prática? Vem comigo!
O que a cafeína faz de verdade?
A principal ação da cafeína é bloquear os receptores de adenosina no cérebro. Traduzindo: ela reduz a sensação de cansaço, te deixa mais alerta, melhora o foco e faz com que o esforço pareça menor.
Na prática, isso pode significar:
Mais resistência em treinos de longa duração
Mais explosão e foco em treinos de força ou HIIT
Menor percepção de dor e fadiga
Melhor tempo de reação e coordenação
Mas calma... isso só funciona com estratégia. Não é tomar um café e achar que vai correr melhor — o contexto faz toda a diferença.
Qual é a dose eficaz?
A literatura é clara: 3 a 6 mg por quilo de peso corporal, administrados de 30 a 60 minutos antes da atividade.
Mas vamos de exemplo: Se uma pessoa pesa 60 kg, uma dose eficaz seria entre 180 mg e 360 mg de cafeína. Para você ter ideia, uma xícara de café coado tem entre 80 e 120 mg.
👉 Ah, e mais nem sempre é melhor. Excesso pode atrapalhar: tremores, taquicardia, ansiedade, insônia e até desconforto gastrointestinal. Resposta é individual — e é aí que entra o acompanhamento profissional.
Fontes de cafeína
Café (óbvio, né?)
Chá preto, chá verde
Suplementos (cápsulas, pré-treinos, géis)
Energéticos (mas nem todos são boa ideia)
💡 Dica pessoal: se a ideia é usar como recurso ergogênico, o ideal é que a cafeína esteja isolada ou com o mínimo de interferência (açúcar, taurina, etc.).
Tolerância, genética e sensibilidade
Não é porque você toma café todo dia que o efeito será o mesmo em contexto esportivo. Tem gente que é metabolizadora lenta de cafeína (sim, dá pra testar isso com exame genético) — e essas pessoas podem ter mais efeitos colaterais ou nenhuma melhoria de desempenho.
E se você já consome cafeína o tempo todo, o corpo pode ficar “acostumado” — e o impacto ergogênico diminui. Em alguns casos, vale até fazer um protocolo de redução temporária para retomar sensibilidade.
E mulheres 40+?
Embora a cafeína sirva para qualquer pessoa que treina, em mulheres acima dos 40, alguns pontos merecem atenção extra:
Sono mais sensível → cuidado com horário de uso
Alterações hormonais → podem interferir na resposta à cafeína
Maior chance de ansiedade ou irritabilidade, especialmente em fases de variação estrogênica
Nada disso impede o uso — só reforça a importância de personalizar. Sim, dá pra usar cafeína com estratégia nessa fase da vida e colher ótimos resultados. Mas como tudo: com cautela, critério e objetivo.
Resumo prático (do jeito que você gosta):
✅ Pode ajudar na performance de força e resistência
✅ Precisa ser usada no timing e na dose certa
✅ Resposta varia de pessoa para pessoa
✅ Exige cuidado em quem é mais sensível (inclusive mentalmente)
✅ Pode ser uma ótima aliada — se não for usada por impulso
✳️ Suplementação certa não é empilhamento — é estratégia.
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Fonte:
ASTORINO, T. A.; ROBAZA, C. H. Effect of caffeine on resistance training performance: A recent update. Current Sports Medicine Reports, v. 19, n. 12, p. 505–512, 2020.
GRAHAM, T. E. Caffeine and exercise: metabolism, endurance and performance. Sports Medicine, v. 31, n. 11, p. 785–807, 2001.
GUEVARA-CARRASCO, R. et al. Acute caffeine supplementation improves performance in trained females: A systematic review and meta-analysis. Nutrients, v. 15, n. 3, 2023.
SOUSA, M. et al. The effectiveness of caffeine for improving exercise performance in women: A systematic review and meta-analysis. Nutrients, v. 14, n. 18, 2022.

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